Quase sem darmos por isso, o aborto voltou a ser tema. Não irão descansar enquanto não conseguirem a liberdade de matar a vida no ventre materno sem qualquer reserva.

Dizem que é um avanço civilizacional, mas o facto é que se trata apenas de retomar uma velha prática do Império Romano e de culturas ainda mais antigas.
Dizem que é um direito da mulher, mas esquecem os direitos da vida que é morta, e que nos cabe a todos tutelar.

Dizem que a mulher deve poder ser dona do seu corpo, mas esquecem que a vida em gestação tem igual direito de ter o seu próprio corpo.
Dizem tudo isso, e muito mais, com uma certeza que parece dogmática, de presuntos doutores, acompanhada por uma feroz senha inquisitorial para quantos que se lhes ousam opor e defender a vida.

Anos atrás, ao princípio do processo, diziam que era apenas para más-formações do feto e violações, ou quando a vida da mãe estivesse em causa. Agora, querem simplesmente liberalizar… Lembram-se da “rampa deslizante”? É isto. Primeiro em casos raríssimos; depois apenas em casos maiores; a seguir para tempos mais largos; depois para tempos ainda maiores…
E querem obrigar tudo e todos a concordar com eles, mesmo os profissionais de saúde que façam objecção de consciência.

Dizem que é em nome da segurança… entenda-se: segurança para a mãe, porque não é nada seguro para o filho!
Querem, no fundo, uma velha civilização, onde os mais fracos nem pelo Estado se vejam defendidos, e a lei do mais forte seja a norma.
E dizem, finalmente, que vai ficar por aqui. Mas, depois de todo este processo, ainda alguém acredita no que dizem?