O sistema de democracia parlamentar, tal como hoje o temos, é fruto de um grande caminho das nossas sociedades, mas pode e deve ser melhorado. Isso mesmo temos verificado nestes últimos meses.

Churchill tinha razão quando, no dia 11 de novembro de 1947, discursava perante o Parlamento britânico e dizia: “Muitas formas de Governo foram tentadas, e serão tentadas neste mundo de pecado e desgraça. Ninguém pretende que a democracia seja perfeita e resolva tudo. De facto, tem-se dito que a democracia é a pior forma de governo, à exceção de todas as outras formas que têm sido experimentadas de tempos a tempos”.

No próximo domingo, os madeirenses são, uma vez mais, chamados a votar, naquele que é um momento essencial da democracia e da nossa autonomia madeirense. Serão, uma vez mais, eleições para o Governo Regional e para a Assembleia Legislativa.

Eu, tal como muitos madeirenses, estamos cansados de eleições que, no entanto, hão-de continuar a marcar os tempos que se aproximam. Muitos dirão que não vale a pena expressar uma vez mais a decisão acerca de quem nos governa.

Mas é nos momentos difíceis que não nos podemos dar ao luxo de desistir. É nos momentos difíceis que não podemos cruzar os braços. É nesses momentos que não nos podemos deixar derrotar pela suposição de que, por um qualquer mecanismo automático, o resultado final será aquele que mais nos agrada ou que pensamos ser o melhor. Até porque o resultado final é a soma dos votos de todos.

Se não votarmos, outros (os que votam) decidirão por nós. E deixaremos até de ter autoridade para dizer que as coisas não vão bem.