Durante muitos anos (séculos), a educação foi uma das grandes fraquezas de Portugal. Desfeita a rede de ensino que a Igreja oferecia (primeiro, em 1759, com a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal, e depois, em 1834, com o fim das Ordens Religiosas, confirmada e reforçada pela Iª República em 1911), a educação portuguesa ficou feita em pedaços, reservada a meia dúzia de privilegiados.
Basta recordar que, na Madeira, o Liceu Nacional do Funchal foi apenas criado em 1836, e que no seu primeiro ano se inscreveram 43 rapazes, dos quais só 23 chegaram ao fim com aproveitamento.

Por isso, a vinda para a Madeira da Congregação das Irmãs da Apresentação de Maria, em 1925, constituiu uma novidade assinalável. “Nada sou, nada tenho, nada posso, foi Deus e Nossa Senhora que tudo realizaram”, dizia a sua fundadora, Santa Maria Rivier, uma mulher de 1,32m de altura mas com um coração enorme.
Ensinar muitos a conhecerem Jesus era o seu objectivo primeiro. Para isso, percebeu que o caminho mais fácil era o do ensino — da doutrina, certamente, mas também de todas as outras disciplinas.

Isso mesmo o percebeu Leontina d’Ornelas e Vasconcelos (a Madre Maria da Santíssima Trindade), que não descansou enquanto não trouxe aquela congregação religiosa para a Madeira e não fundou no Funchal (e, depois, em tantos outros lugares da Ilha) escolas e instituições de “Protecção à criança fraca”.

Ontem como hoje, muitas instituições cristãs estão na vanguarda da pedagogia e do sucesso escolar. Celebramos o centenário da permanência na Madeira das Irmãs da Apresentação. Mas celebramos, também, esta paixão de ensinar, de abertura de horizontes, de procura da verdade que caracteriza desde sempre a vida cristã.