Hoje olhamos para o mundo de há uns anos atrás e perguntamos: como podíamos ser felizes? Como conseguíamos viver sem internet, sem inúmeros canais de televisão, sem computadores, sem telemóveis e sem tantas outras coisas e invenções, que hoje se encontram ao nosso dispor e sem as quais parece que o mundo desaba à nossa volta?

Depois, damo-nos conta que, de facto, não éramos assim tão felizes. Já nessa altura gostávamos que o mundo fosse diferente. Que existisse mais progresso. Que existissem mais e melhores condições de vida. Gostávamos que o mundo não fosse tão violento como era. Que os noticiários nos dessem mais boas notícias.

Uma mudança, uma revolução, aqui ou no mundo, era a nossa esperança. Depois, vinham as revoluções e parecia que tudo iria mudar. Por uns tempos. Porque, logo a seguir, chegava, de novo, a desilusão: afinal, as estruturas mudavam; as pessoas eram outras; mas tudo regressava à situação original. Com algumas diferenças, é certo, mas, para além da mudança superficial, tudo permanecia muito semelhante…

É claro que o mundo, apesar de tudo, mudou e muito. Vivemos de forma diferente, e não queremos que nos falem em voltar atrás. As expectativas subiram: percebemos que, se somos capazes destas mudanças, somos capazes de muito mais. E, no entanto, procuramos sempre, com o mesmo entusiasmo, aquela realidade a que damos o nome de “felicidade”.

Não podemos desistir de, com todos, construir este nosso mundo. Não podemos cruzar sequer os braços e pensar que isso é tarefa de outros. Mas a verdadeira felicidade só pode ser outra coisa… Mais que construção humana é construção de Deus connosco e em nós.