“Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe, então, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, não acreditarei” (Jo 20,24-25).

S. Tomé, um dos Doze, começou por não acreditar na ressurreição. Mas a sua incredulidade — que depois se transformou em fé (“Meu Senhor e Meu Deus!”) e bem-aventurança para todos nós (“Bem-aventurados os que acreditam sem terem visto”) — mostrou-se tão ou mais importante que a fé dos outros discípulos. Com efeito, a incredulidade inicial deste Apóstolo mostra-nos como as dificuldades no caminho da fé não são apenas nossas, cristãos do século XXI, mas marcam o cristianismo desde o seu início.

Creio, contudo, que a atitude de S. Tomé é também importante por um outro motivo. É que “Tomé não estava com eles quando veio Jesus”. E o evangelho narra como, “oito dias depois, estavam outra vez reunidos, e Tomé com eles”. Jesus mostrou-se de novo, e falou com o discípulo que não acreditava.

Faz toda a diferença estar com os discípulos ou longe eles. Faz toda a diferença estar fora da Igreja (colocarmo-nos fora da Igreja, contra ela) ou procurarmos caminhar dentro dela. A atitude de S. Tomé mostra-nos como é no seio da comunidade dos crentes que cada um de nós pode, como ele, fazer a sua profissão de fé: “Meu Senhor, e Meu Deus”.